Foram localizados2 resultados para: MELO, Dom Francisco Manuel de Melo
Referência: | 15194 |
Autor: | MELO, Dom Francisco Manuel de Melo |
Título: | APOLOGOS // DIALOGAES // COMPOSTOS // PER (...) // VARAM DIGNO DAQUELLA ESTIMAÇAM // que o mundo, em quanto vivo, fez da sua pessoa, & depois // de morto conserva ao seu nome. // OBRA POSTHUMA (...) |
Descrição: | Na Officina de Mathias Pereyra da Sylva & Joam Antunes Perdozo, Lisboa, 1721. In-4º de (20)-464 págs. [ §8, §§2, A-Z, Aa-Ff8 ]. Esmerada edição de composição e impressão, com recurso à decoração do texto com vinhetas xilográficas como cabeções de enfeite, florões de remate e letras capitulares de fantasia. EDIÇÃO PRINCEPS (póstuma) desta obra clássica, MUITO RARA nesta edição original. PEÇA DE COLECÇÃO. Ameal: 1489 (bastante rara); Ávila Perez: 4810 (já bastnte rara); Azevedo Samodães: 2041; Inocêncio, II; 437; Monteverde: 3314
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Observações: | Os Apologos Dialogaes escritos no séc.XVII, são compostos por um total de quatro textos que abordam temas de crítica de costumes, moral e vícios e o recurso à ironia e ao tom jocoso, típicos do barroco. São eles 1) Relogios falantes; 2) Escriptorio avarento; 3) Visita das fontes; 4) Hospital das Letras. Foram estes Apólogos Dialogais que granjearam ao autor a maior fama na seiscentista República das Letras, dentro e fora das fronteiras nacionais. Esta literatura dialógica integra-se numa rica tradição portuguesa, de que é exemplo a Corte na Aldeia de Rodrigues Lobo, e mesmo castelhana, em que ressalta o nome de Francisco Quevedo ou de Miguel de Cervantes (El Coloquio de los perros), embora com antigas raízes na cultura clássica (diálogos de Sócrates, Luciano ou Cícero). Exceptuando Quevedo, o insigne M. Menéndez y Pelayo considerava D. Francisco "el hombre de más ingenio que produjo la Península en el siglo XVII", enaltecendo a evolução do seu estilo literário pouco barroco e particularizando mesmo "la más encantadora y maliciosa sencillez" do autor dos Apólogos. Em Relógios falantes o autor põe a discutir dois relógios de igreja - da Igreja das Chagas e da vila de Belas, representando a cidade e o campo – de forma a fazer ressaltar que em todos os sítios onde vivem homens (seja no meio campesino ou no meio urbano) existe hipocrisia e frivolidade. No nocturno cenário d’ O Escritório Avarento, dialogam quatro moedas distintas e imobilizadas numa gaveta de um avarento, que discutem a corrupção: um Português fino, um Dobrão castelhano, um Cruzado moderno e um Vintém navarro. Mais ou menos cobiçadas, estas moedas contam a sua longa história da sua circulação, ao passarem de mão em mão, episódios quase sempre de recorte picaresco, que se constituem como pretexto para outras tantas apreciações e juízos morais sobre os vícios dos seus possuidores, derivando o assunto quase sempre para a falta de virtudes cristãs, mas também para o valor do dinheiro. Em Visita das fontes, conversam a Fonte Nova do Terreiro do Paço, a Fonte Velha do Rossio, a Estátua de Apolo, que ornamenta a primeira e o sentinela que guarda a fonte. Aqui, num lugar bastante concorrido da época, são classificados os transeuntes consoante os seus vícios, fazendo-se um retrato satírico da sociedade lisboeta da época. O texto Hospital das Letras é de crítica literária em que quatro autores fazem apreciações sobre obras portuguesas e espanholas. Os interlocutores ocupam o cenário de uma livraria de Lisboa. O tema de fundo é a poesia e os livros, tendo como entidades dialogantes quatro "homens-livros" (Lípsio, Bocalino, Quevedo e o Autor), autênticos retratos arcimboldescos, como os caracteriza Pedro Serra (1999) numa nova edição crítica. Além de se apontarem, no texto, defeitos dos autores nacionais, são elogiados Gil Vicente, Sá de Miranda, Luís de Camões, António Ribeiro Chiado, Jorge Ferreira de Vasconcelos, entre outros. Originalmente escrita em 1657 e publicada pela primeira vez em 1721, é considerado a primeira obra de crítica literária verdadeiramente estruturada, em português.
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