em Manuscritos & AUTÓGRAFOS
Referência:
15078
Autor:
REI D. LUIS I
Palavras chave:
D. Luis I | Epistolografia | Manuscrito | Manuscrito régio
Ano de Edição:
1865
Elegante manuscrito de caligrafia muito legível, ao longo de vinte linhas sobre papel bifólio, assinado no final pelo punho do Rei e por Julio Gomes da Silva Sanches, dirigida ao Bispo de Coimbra, conservando o selo branco, em alto relevo, régio sobre papel recortado.
EXEMPLAR ÚNICO E PEÇA DE COLECÇÃO pela importância histórica que encerra aliado ao seu excelente estado de conservação.
Belíssima carta manuscrita por D. Luis I (1838-1889) no Paço da Ajuda, datada de 31 de Julho de 1865, dirigida ao Referendo Bispo de Coimbra (D. José Manuel de Lemos) anunciando o nascimento de seu filho, o Infante D. Afonso de Bragança (Duque do Porto, Condestável de Portugal e o governador e último vice-rei da Índia Portuguesa). Está igualmente assinada por Julio Gomes da Silva Sanches (Ministro e Secretário e Estado dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça do 26º Governo da Monarquia Constitucional.
Da leitura efectuada, transcrevemo-la na íntegra:
"Reverendo Bispo de Coimbra. Eu // El Rei vos Envio muito saudar. Foi Deus // Nosso Senhor servido Abençoar estes // Reinos com o Nascimento de um Inf- // ante, que Sua Magestade A Rainha // Minha muito Amada e Prezada Es- // posa Deu á luz no dia de hoje com // feliz sucesso. E Me pareceu participar-vos // logo esta alegre e desejada noticia, não só // pelo contentamento que della recebereis, e // para que Me acompanheis no regosijo // deste faustissimo acontecimento, mas para // que, dando a Deus Nosso Senhor as de- // vidas Graças por tam particular beneficio, // chameis a sua Divina Benção sobre o // Infante recemnascido, e façaes celebrar, segundo o estilo, em ocasiões similhantes, todas as demonstrações de jubilo. Escripta no Paço d Ajuda em trinta e um de Julho de mil oitocentos e sessenta e cinco."
D. Luis foi o trigésimo segundo rei de Portugal (1861-1889), e ficou conhecido pelo cognome de "o Popular". Assume o trono a 14 de outubro de 1861, por morte de seu irmão D. Pedro V. Casou em 27 de setembro de 1862 com D. Maria Pia de Saboia. Foi um homem de profunda instrução e cultura, sendo disso exemplos as suas traduções de Shakespeare. Foi igualmente uma personalidade de grande bonomia e tolerância, e conseguiu transformar os seus vinte e oito anos de reinado num período de certa acalmia política, não alcançando mesmo assim evitar algumas perturbações de que, na área da Cultura destaca-se aqui, pela sincronia da presente missiva, a fecunda polémica da "Questão Coimbrã" em 1865-66, com a suspensão pelo Governo poucos anos depois, em 1871, das Conferências Democráticas do Casino.