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CURSO DE HISTORIA DA LITTERATURA PORTUGUEZA, adaptado ás aulas de instruccão secundaria por...

em Ensaio literário & Biografia

Referência:
13679

Autor:
BRAGA, Theophilo

Palavras chave:
História | Literatura portuguesa

Ano de Edição:
1885

17,00€


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Título:
CURSO DE HISTORIA DA LITTERATURA PORTUGUEZA, adaptado ás aulas de instruccão secundaria por...
Descrição:

Nova Livraria Internacional, Lisboa, 1885. In-4º de 411 págs. Encadernação meia inglesa em sintético com dizeres a ouro na lombada. Sem capas de brochura. Miolo com alguns picos de acidez.

 

Observações:

Obra de intuito pedagógico, onde Teófilo Braga procurou adaptar as suas teorias acerca da História da Literatura Portuguesa às "aulas de instrução secundária", remodelando, desta maneira, o Manual da História da Literatura Portuguesa publicado 10 anos antes.


Advertência

Quando em 1875 publicámos a tentativa de um Manual da Historia da Litteratura portugueza, obedecemos ao seguinte ponto de vista : " A reforma do ensino da litteratura deve partir da conclusão a que chegou a sciencia moderna — que o estudo das creações intellectuaes não se pôde fazer em abstracto. É necessário nunca abandonar a communicação directa com os movimentos, explicando-os e apreciando-os pelas suas relações históricas com o meio e circumstancias em que foram produzidos. O estudo da litteratura feito nas vagas generalidades, conduz a essas receitas de tropos, que tiram a seriedade ás mais altas concepções do espirito humano. Na instrucção de um paiz deve entrar com toda a sua importância um elemento nacional; no ensino fundado nas ocas abstracções nunca esse sentimento se desperta. Pelo desenvolvimento histórico, mostrando como se chegou á unidade systematica de qualquer sciencia, é que se pode imprimir uma direcção justa e um vivo interesse nos espíritos que desabrocham.

A nossa tentativa falhou. Apesar de vir recommendado pela approvação da Junta consultiva de Instrucção Publica o Manual da Historia da Litteratura portugueza, a maioria dos professores recusou-se a acceita-lo para texto das suas lições ; porque, como nos escreveu o editor : " acharam-o sempre grande, e que por este motivo deixavam de o adoptar."

Isto explica-se ; a instriicção publica em Portugal faz-se á custa do emprego exclusivo da memoria segundo a "tradição pedagógica dos jesuítas, e por isso o professor quer um texto dogmático, paragraphado, em forma de definições e de enumerações cathegoricas, de modo que em interrogações peremptórias avalie do estudo do alu- mno. Combatendo este vicio, elaborámos um texto para o professor em primeiro logar, e depois para ser lido e extrahir-se d'elle a doutrina, segundo o critério de quem ensina, acostumando aquelle que aprende a applicar o processo analylico. Diz admiravelmente Augusto Comte:
"Os tratados didácticos devem unicamente dirigir-se aos mestres, através dos quaes «deve sempre passar a instrucção destinada aos discípulos. Até então, as leituras theoricas não convêm senão áquelles cuja educação está terminada, resultando o desenvolvimento scientifico de uma elaboração pessoal subordinada espontaneamente ás lições oraes... y> {Synthèse subjective, p. viii.)

O automatismo da memoria prevaleceu, e sobre o nosso Manual formaram-se alguns apanhados ; ser-nos-hia fácil explorar esta errada tendência compondo una resumo para se decorar, mas a nossa disciplina de espirito está em nós de accordo com o senso moral. O que não fizeram os professores praticámol-o nós, estudando o nosso livro emquanto aos seus defeitos de methodo e
deficiências de investigação. Podemos repetir as bellas palavras de Montaigne : « Je n'ay pas plus faict mon livre,
que mon livre m'a faict. » (Essais, II, 18.)

Compensa-nos o prazer de havermos progredido, e comnosco este novo livro em que reincidimos no mesmo intuito pedagógico.

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