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MEMÓRIAS. Volume I (II e III)

em Literatura Portuguesa

Referência:
15059

Autor:
BRANDÃO, Raúl

Palavras chave:
Conto | Memorialismo | Primeira Guerra Mundial | Primeira República

Ano de Edição:
sem ano de edição definido

35,00€


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Título:
MEMÓRIAS. Volume I (II e III)
Descrição:

Perspectivas & Realidades, Lisboa, s.d. (1988). In-8º de 3 volumes com 241-(5), 219-(3) e 213-(1) págs. Brochado. Muito ilustrado à parte, sobre papel couché, retratos de persoanldiades com quem Raul Brandão privou, documentos, facsimiles, etc ...
Ostenta ex-libris heráldico.  Primeiro volume com alguns cadernos desarticulados, prórpio da qualidade de encadernação colada, técnica comum e tão característica desta época.

Observações:

Nas palavras de Alexandre Honrado a prop´sotio da última edição de Memórias de Raul Brandão, pela Quetzal : 
" ... Raul Brandão foi escritor, jornalista e militar, com longas permanências no Ministério da Guerra, envolvido portanto na máquina burocrática militar. Por vezes, sabemo-lo bem, as três funções (de escritor, jornalista e militar ) confundem-se na diversidade das linhas de batalha. Certo é que Brandão viveu a vida portuguesa das intensidades: o nascimento da I República, a barbárie da I Grande Guerra e a sangria do Golpe Sidonista e o início desse nado-morto destinado a apodrecer por décadas, o Estado Novo. Viveu, pois, a grande agitação política (as duas primeiras décadas do século XX); e assim sendo, as suas obras “constituem um testemunho indispensável para se compreender não apenas a sua obra mas também o país a que ela se refere como uma obsessão”. Mas a agilidade da prosa, a dinâmica da construção de cenários literários e dramáticos, a presença de recursos estilísticos onde nem a ironia falta, guindam-no ao patamar supremo dos melhores. As suas Memórias destacam o que de uma vida intensa mais o relevou. São três volumes (...) e constituem um dos exemplos maiores do género na nossa literatura. Memórias pessoais, memórias do seu tempo político e cultural, memórias das pessoas com quem o autor privou ao longo de uma vida consagrada à literatura e ao conhecimento dos outros – as recordações de Raul Brandão transportam-nos para um tempo, para uma sensibilidade e para um modo de escrita irrepetíveis: condensam um talento e um génio literário único. Não será exagero sugerir estas Memórias para completar as nossas. É que se trata mesmo de um pedaço de nós. E se nos faltam as memórias, a marca da morte sobressai sobre o que fomos, o que somos – e o que ainda podemos ser ...".

Edição patrocinada pelo Instituto Português do Livro, apresenta no final de cada um dos volumes, umas breves notas do autor:

"O que sei de belo, de grande ou de útil, aprendi-o nesse tempo: o que sei das árvores, da ternura, da dor e do assombro, tudo me vem desse tempo... Depois não aprendi coisa que valha. Confusão, balburdia e mais nada. Vacuidade e mais nada. Figuras equívocas, ou, com raras excepções, sentimentos baços. Amargor e mais nada. Nunca Londres ou a floresta americana me incutiram mistério que valesse o dos quatro palmos do meu quintal. (Volume 1) "

"A certa altura da vida tive a impressão de que me despenhara num mundo de espectros. A face humana meteu-me medo pelo que nela descobria de repulsivo e de grotesco. Fugi para poder viver; tudo me soava falso e me parecia inútil. Paz e uma árvore. Vamos, disse-te, ser como aqueles naúfragos da jangada, que vi numa estampa, agarrados um ao outro, entre o mar encapelado. Estamos nas mãos duma coisa desconforme e frenética que nos dá a ilusão e a morte. Deixemo-nos levar, que isto dura pouco. E daí não sei... (Volume 2)"

"Considero os meses mais felizes da minha vida aqueles em que eu e minha mulher fomos viver para uma aldeia remota. Ainda hoje me penetra a solidão perfumada dos montes. A casa não tinha vidros e à noite o silêncio doirado de estrelas entrava pelas janelas e desabava sobre nós... Há, horas em que as coisas nos contemplam, e estão por um fio a comunicar connosco. Às vezes é um nada, um momento de êxtase em que distintamente ouvimos os passos da vida. caminhando. (Volume 3)"

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