Banner Vista de Livro
 Aplicar filtros
Livros do mês: Novembro 2023
Temas 
Palavras Chave 
Módulo background

Aeronáutica

Foram localizados 1 resultados para: Aeronáutica

 

reservado Sugerir

Referência:15232
Autor:GUSMÃO, Bartholomeu Lourenço de
Título:DESCRIPÇAÕ DO NOVO INVENTO AEROSTATICO OU MAQUINA VOLANTE. Do metodo de produzir gaz, ou vapor com que esta se enche, e d'algumas particularidades relativas ás experiências, que com ela se tem feito. Com a noticia d'um similhante projéto, (..
Descrição:

Na Offic. de Antonio Rodrigues Galhardo, Lisboa (1709-?, 1774-?). In-8º de 58 págs. Brochado com papel marmoreado da época. Acidez generalizada dada a qualidade do papel. Rubrica de posse antiga (séc. XIX) no frontspício. Etiqueta antiga de ordem de biblioteca, na capa anterior. Faz-se acompanhar por uma gravura coeva (esta não vem referida na bibliografia) aberta a buril em chapa de aço realizada em Casa de Francisco Manuel no fim da Rua do Passeio, aguarelada que não pertence ao livro e que tem a seguinte legenda: "Assim se sobe aos Ares. Experiencia do Navio, ou Barco volante de Mr Blanchard feita a 2 de Março de 1784 no Campo de Marte de onde se elevou". Localizámos uma descrição desta obra referindo ela também a uma gravura, que pela descrição não condiz com a que se apresenta. Outras descrições há não referindo gravura alguma. Obra sem data de impressão. No entanto, encontrámos referêncas na bibliografia coimo sendo de 1709 e outros atribuem-na a 1774. No entanto, esta data de 1709 não confere com a actividade impressora de António Galhardo Rodrigues, tipógrafo este, segundo Maria Teresa Payan Martins, está na origem da actividade impressora da Imprensa Régia (1768).

Livrinho MUITO RARO e de elevado interesse bibliofílico e para a História da Ciência em Portugal.

Ávila Perez, 2301 ("raro" e não refere a gravura); Barbosa Machado, I (não refere esta obra, por desconhecimento); Borba de Moraes, Bibliografia Brasileira do Período Colonial, 187 (refere a gravura e atribui autoria do livro); Inocêncio, I-334 e VII-14. Biblioteca Nacional tem um exemplar, Revista Panorama, II, 357; Não referido nem das importantes bibliotecas de Souza da Câmara, nem na do Conde de Ameal. Não tivemos acesso à bibliografia de Blake.

Observações:

Bartolomeu Lourenço de Gusmão (Santos, 1685 - Toledo, 1724) foi, o primeiro, em toda a história da aeronáutica, a construir um balão que subiu livremente na atmosfera, mas, ameaçado pela Inquisição e por ter caído no «desagrado» de D. João V, por criticar seu comportamento com a real amante, freira Madre Paula, teve de interromper suas pesquisas. O balão a ar quente acabou reinventado pelos irmãos Montgolfier em 15 de novembro de 1782.

Tomás Pinto Brandão grande crítico, de Padre Bartolomeu Lourenço de Gsumão (conhecido pelo Padre Voador ou Padre Fogueteiro), na sua Descrição burlesca dum imaginário aeróstato (1935) refere-se a esta obra dizendo começar pela história da descoberta dos gazes ou ares factícios, como ela lhes chama; e depois de descrever as invenções dos irmãos Montgolfier e do professor de física Charles auxiliados pelos irmãos Robert, acrescenta: "Desejaríamos concluir esta matéria, fazendo honra ao engenho Português, que já no princípio deste século imaginou uma máquina para viajar pelos ares; mas ainda que é voz constante, que tal máquina chegara a construir-se, e que até se diz que ela se elevara ou voara do Torreão da Casa da Índia, não podemos achar documento algum autêntico, nem fidedigno, que ateste este facto. Acham-se em algumas livrarias, e nas mãos de várias pessoas, cópias duma petição do teor seguinte". E transcreve a petição, que acima descrevemos. "Com estas cópias se acha um desenho da mesma máquina, o qual, por uma explicação a ele anexa, mostra qual devia ser a sua construção: ela segundo ali se explica, seria da figura dum barco, ou antes duma grande concha: seria forrado de chapas de ferro, e por dentro de esteiras de tábua, para serem traídas, umas por pedras de cevar, e outras por alambres, colocados na parte superior da máquina; esta, sendo elevada pela dita atracão, ou forças magnética e eléctrica, seria, mediante uma vela, impelida pelo vento; e na falta deste, pelo que se lhe subministrasse com foles, ali igualmente colocados para este efeito: dirigindo-se o rumo com um leme posto na popa, e com umas pás, ou asas em ambos os lados. Não é porém necessário ter muito conhecimento de Física ou de Mecânica, para ver, que por estes princípios é absolutamente impossível o elevar-se uma máquina volumosa e pesada: nem parece mesmo crível que uma pessoa, que aliás deu outras provas de inteligência e de engenho, pudesse jamais conceber a ideia de fazer voar uma máquina de semelhante construção. Como por outra parte há uma constante tradição, apoiada com a autoridade de várias pessoas sensatas e de provecta idade, que asseveram ter sempre ouvido, que a máquina, de que falamos, chegara a elevar-se, e a voar, ao menos por um pequeno espaço, devemos crer, que ela fosse doutro modo construída: e que o desenho que agora vemos, não representa o artifício, que então se praticou." Vê-se, portanto, que, apenas em França se fez a importante descoberta, tentou-se em Portugal reivindicar essa glória para os portugueses. O autor, porém, da obra, não era pessoa instruída bastante, pois que mostra ignorar as obras impressas no princípio do século XVIII, e que falam do grande invento de Bartolomeu de Gusmão; bem como não quis dar-se ao incómodo de investigar nos arquivos públicos e bibliotecas os papéis e manuscritos neles existentes. Nesta mesma época, apareceram em França várias obras falando do invento português, descrevendo-o e apontando a época da experiência em Lisboa.


VENDIDO

 

 

Preço:0,00€