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Livros do mês: Março 2024
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Literatura de Viagens

Foram localizados 53 resultados para: Literatura de Viagens

 

Referência:15300
Autor:CASTELLAN, A(ntoine) L(aurent)
Título:LETTRES SUR LA GRÈCE, L´HELLESPONT ET CONSTANTINOPLE faisant suite aux Lettres Sur La Morée; par ... avec vingt Dessins de l'Auteur, gravés par lui-même, et deux Plans. PREMIÈRE PARTIE (et Deuxième).
Descrição:

Chez H. Agasse, Paris, 1811. In-8º de dois tomos com (2) ff, 171 p. e (2) ff, 235 págs encadernados num só volume, com 22 gravuras das quais duas são mapas desdobráveis (algumas das gravuras são também desdobráveis). Encadernação coeva, cartonada, decorada com papel fantasia pintada na época, corte das folhas carminado, com ligeiros e insignificantes defeitos de manuseamento, especialmente nos cantos. Miolo muito limpo, mantendo a sonoridade original do papel.

EDIÇÃO ORIGINAL deste notável livro de viagens, largamente elogiado na época por Lord Byron , muito bela, de grande valor bibliófilo, magnificamente ilustrada com planos e desenhos de vistas e monumentos elaborados e gravados pelo autor, o pintor Antoine-Louis Castellan (1772-1838) que percorreu a Grécia e a Turquia, atingindo através desta obra uma certa notoriedade.  Castellan foi para o "levante"  em 1796 enquanto desenhador, com uma missão de engenharia francesa liderada por Pierre Ferregau, que esperava obter um contrato laboral durante a construção de novas docas. " ... Embora a missão tenha sido interrompida, Castellan aproveitou a oportunidade para tomar notas e fazer desenhos. Ele produziu um livro muito interessante, extremamente pró-Grécia, com longas digressões sobre política e folclore" (Blackmer).

PEÇA DE COLECÇÃO.

Hage Chahine, 821; Blackmer, 299; Chadenat, 2247.

Observações:

Antoine Laurent Castellan (1772-1838) foi um arquiteto, pintor e gravador francês. Estudou pintura paisagística e viajou para a Suíça, Itália e Império Otomano. Realizou uma curta viagem pelos territórios otomanos, principalmente pelo sul da Grécia e pelas ilhas (Zaquintos, Citera, Peloponeso e Hidra), bem como por Istambul e o Helesponto. No final do século XVIII, durante o reinado do sultão Selim III, num esforço para melhorar as relações com o império otomano, a França organizou uma expedição a Istambul com a missão de reparar navios e ajudar em outras tarefas no porto da cidade. Castellan participou da missão como pintor.

A expedição não alcançou os seus objetivos, pois os seus membros foram obrigados a fugir face à guerra, a uma epidemia, a incêndios e a uma revolta. Castellan, no entanto, publicou as suas impressões desta viagem, num texto escrito em estilo epistolar, que circulou em três edições, com numerosas gravuras baseadas nos seus desenhos. Infelizmente, o trabalho de Castellan circulou ao mesmo tempo em que Pouqueville conheceu enorme sucesso editorial com seus próprios livros. Castellan tornou-se membro da Acadèmie des Beaux Arts, à qual dedicou os últimos anos de sua vida. Sua obra “Moeurs, usages, costumes des Othomans” (1812) juntamente com a que se apresenta, foram largamente elogiada por Lord Byron.

Inteligente e objetivo, além de sensível, Castellan retrata as ilhas, o Peloponeso e Propontis, focando-se nas tradições de cada um dos lugares visitados. Foi um dos primeiros viajantes a se tornar sensível à música grega e à arte religiosa ortodoxa grega. Harmoniosos com o seu texto, os seus desenhos acompanham o seu discurso gentil. Livre de preconceitos, Castellan descreve o novo mundo que vê diante de si: fortalezas, cidades, mesquitas, igrejas, fontes, casas, moinhos, antiguidades e pessoas.

Nesta edição, Castellan descreve brevemente algumas ilhas do Mar Egeu (Cranae, Kea, Eubeia, Calogeros, Psarra, Lesbos e Tenedos) e discorre sobre Dardanelos, Callipolis, Lampsakos e a Ilha de Mármara. Foca-se nos assuntos específicos relativos a Istambul, como Pera, os caikhs, os costumes dos fuzileiros navais gregos, a Royal Cistern, uma mulher grega da nobreza, sua recepção por um oficial otomano, um grande incêndio, cemitérios, a epidemia de peste, palácios no Bósforo, costumes e tradições dos turcos etc. A escolha dos temas e a forma como descreve mostram a visão particular de um notável viajante.

Preço:650,00€

Referência:15196
Autor:CORREIA, Natália
Título:DESCOBRI QUE ERA EUROPEIA. Impressões de uma Viagem à América.
Descrição:

Portugália, Lisboa, 1951. In-8º de 329-(1) págs. Encadernação moderna, meia francesa com cantos em pele verde, ainda com dizeres e florões dourados, gravados na lombada. Inteiramente por aparar e com as capas de brochura conservadas, estas com pequenas machas de humidade. Ligeiro amarelecimento do papel, próprio da sua qualidade intrínseca.

Observações:

A obra trata de um conjunto de textos publicados originalmente em 1951 nos quais Natália Correia reflectia sobre a sua primeira viagem aos Estados Unidos, sobre a descoberta de um mundo diferente e com as impressões de uma viagem marcante.

Preço:45,00€

Referência:14944
Autor:CORREIA, Natália
Título:DESCOBRI QUE ERA EUROPEIA - impressões duma viagem à América
Descrição:

Portugália, Lisboa, 1951. In-8º de 332 págs. Brochado. Exemplar impecável.

PRIMEIRA EDIÇÃO

Observações:

Uma das primeiras obras da autora, em registo diarístico em que mistura  relato de viagem de uma mulher fora do seu continente com crónica documentarista, onde o incisivo “veneno crítico” da intelectual já está muito presente. Retrata uma viagem aos Estados Unidos - chegada a Boston, partida para o Maine, a que se segue Nova Bedford, Nova York (como ela escreve) e Washington.

"... Este livro tem talvez muito de mim e pouco daquilo que eu devia dizer.... Não sei fazer as coisas doutra forma. Sou uma ave que só sabe voar a toda amplitude do espaço que o seu amor criou. Este livro sou eu..."

Preço:40,00€

Referência:13856
Autor:D'AURORA, Conde
Título:BRASIL IDA E VOLTA
Descrição:

Livraria Simões Lopes, Porto, 1954. In-8º de 109 págs. Br. Ilustrado em extra-texto com fotos a preto e branco. Capas de brochura com alguns picos de acidez.

PRIMEIRA EDIÇÃO.

INVULGAR

Observações:

Obra muito curiosa sobre  a viagem efectuada pelo autor ao Brasil em Agosto de 1954. De uma maneira  cronística  o Conde d’Aurora descreve-nos a sua viagem, descrevendo as paisagens das cidades visitadas, retratando  as inúmeras personalidades com quem contactou e descrevendo os acontecimentos em que tomou parte.

Entre outros aspectos, a obra  revela-se muito interessante ver quem eram os autores portugueses mais consagrados ou populares no Brasil por esta altura,  e também das impressões que nos vai apresentando de vários escritores e intelectuais de relevo: Lígia Fagundes Teles, Oswaldo de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Almeida Prado, Afrânio Coutinho, António Soares Amora, Wilson Martins, etc.

Preço:17,00€

Referência:12724
Autor:GOLISH, Vitold de; RAMBACH, Pierre e HEBERT-STEVENS, F.
Título:L'INDE INEXPLORÉE. Expédition Tortue 1950-1952. Afrique - Moyen-Orient - Indes
Descrição:

Arthaud, Paris, 1953. In-4º de 52-(82)págs. Br. profusamente ilustrado com 82 fotografias a cores e a preto e branco. Ostenta uma dedicatória não autógrafa.

PRIMEIRA EDIÇÃO.

RARO.

Observações:

Magnifico álbum com fotografias tiradas durante a Expedieção "Tortue" que durou de 1950 a 1952 e que começou em França, atravessou países africanos do médio-oriente e acabou na Índia.
 

Preço:28,00€

Referência:14923
Autor:JACKSON, Catharina Carlota
Título:A FORMOSA LUSITANIA
Descrição:

Livraria Portuense Editora, Porto, 1877. In-8º de 448-(2) págs. Encadernação editorial vermelha com as pastas ricamente lavradas a ferros dourados e pigmento negro, njma muito sumptuosa decoração, com dizeres a ouro na lombada e nas pastas. Profusamente ilustrado em extra-texto com gravuras de monumentos e paisagens de Portugal. Extensa dedicatória não autógrafa, mas do afamado livreiro Camiliano Manuel dos Santos.

 

PRIMEIRA EDIÇÃO.

Observações:

Obra sobre Portugal da autoria de Lady Jackson que passou o ano de 1873 em Portugal e ao regerssar a Inglaterra publicou este livro com o título "Fair Lusitania". A tradução do inglês e o prefácio desta edição portuguesa são de Camilo Castelo Branco que, na Advertência e nas notas que acompanham a sua tradução, reconhece tratando-se de "um livro digno e honrado" mas não não deixa de criticar, corrigir e comentar as  "inexactidões" e "excentricidades" contidos na obra.

Excerto do livro sobre Coimbra

"Este agora não é o tempo proprio para vizitar Coimbra. Principaram as ferias, e poucos estudantes ficaram; de modo que as ruas estão ermas. Cursam, termo médio, 1:000 a 1:200 estudantes, e os lentes, que são muitos, tambem se auzentaram. Vivem os academicos na cidade em cazas particulares dezignadas para os receberem, e com a sua prezença dão vida áquelle provecto, lugubre e horrendo arruamento. Governam a universidade um reitor, um chanceller, decanos e outros. As leis, ou estatutos por que se regulam, creio que divergem agora muito dos que se observavam antes da extinção dos institutos monasticos. (1)
As informações obtidas, esta manhã, a respeito da estrada que dezejamos seguir para o Bussaco, decidiram-nos a saír de Coimbra entre as trez e quatro horas da tarde. (2)"

 

Comentários de Camilo Castelo Branco


(1) Não ha rezidencias privativamente dezignadas para alojamento de academicos. Quanto aos estatutos, os reformados no reino de D. José emanciparam a academia da influencia monacal. Desde 1773 que ali se professam as sciencias com pouco deslize das mais adiantadas universidades da Europa. Pelo que respeita a estatutos, o estudante, fora das obrigações escolares, é um cidadão indistinto dos outros. Do passado conserva apenas a capa e a loba, que despe fora dos Geraes para envergar um paletó surrado, uma calça á faia esgarçada, e um chapeu á bombeiro com inclinações afadistadas. Se não todos, alguns d´elles sáem d´ali muito ignorantes, muito devassos, e excelentes ministros da coroa.

(2) Esta senhora houve-se generosamente com a princesa do Mondego. Não é esse o costume dos hospedes ingleses. Richard Twiss, que esteve em Coimbra em 1773, homem de lettras, escreveu um enorme livro ácerca de Portugal e Hespanha, dedicando a Coimbra as cinco seguintes linhas: «Coimbra é uma universidade situada n´um monte, perto do rio Mondego, sobre o qual corre uma ponte muito comprida e baixa, com muitos arcos grandes e pequenos. Rezidem aqui cinco familias inglezas, uma das quaes pertence a um medico. Esta cidade é celebrada pelos seus curiosos copos e caixas de corno polido.» This city is celebrated for its curious cups and boxes of turned horn.
E nada mais diz o admirador do polido corno.

Preço:145,00€

Referência:14269
Autor:NEMÉSIO, Vitorino
Título:CAATINGA E TERRA CAÍDA - Viagens do Nordeste e no Amazonas
Descrição:

Livraria Bertrand, Lisboa, sem data (1968-?). In-8º de 357-(1) págs. Br.
PRIMEIRA EDIÇÃO.

Observações:

Da nota de badana: " A identificação do autor com paisagens e gentes brasileiras vai desde o saber histórico e sociológico à intimidade dos costumes e à apropriação da linguagem. (...)
Estes cadernos de viagem ao Nordeste e ao Amazonas completam, com um fio romanesco e um impressionismo flagrante de fauna, flora e gentes, largamente informado de cidades, engenhos, fazendas de gado, postos e cocais do “aranhol”, o largo itinerário (...)"

Preço:30,00€

Referência:13726
Autor:PORTELA, Severo
Título:PENSAMENTOS, PALAVRAS E OBRAS
Descrição:

Edição da Renascença Editora, Porto, s/d. (1917) In-8.º de 121-(2) págs. Br. Cadernos por abrir. Capas de brochura com alguns picos de acidez.

Observações:

Interessante colectânea de artigos de Severo Portela. Dó indice:

- Ouvir chover
-Repertórios novos
- Manhãsinha
- No Luxemburgo, à tarde, sob o Outono
- No Priorado da Cedofeita
- Tango e Compª
- Auto do Vinho môsto
- Outubro
- Carta de uma religiosa
- Mãos
- Au petit Guigñoi
- Nocturno
- Olaria Indigena
- Carta confidencial
- Outono na cidade
- Salomé

Preço:18,00€

Referência:14471
Autor:SEIDLER, Carl
Título:DEZ ANOS NO BRASIL
Descrição:

Livraria Martins, S. Paulo, 1941. In-4º de 320 pags. Encadernação coeva em sintético vermelho com papel fantasia. Encerra inúmeras ilustrações que constituem documentos fidedignos das vistas das cidades, paisagens, figuras políticas e militares, etc ... Acidez generalizada própria da a qualidade do papel. Conserva capas de brochura. Ligeiro aparo marginal, cabeça do livro carminado.

Observações:

Tradução e notas do General Bertoldo Klinger. Prefácio e notas do Coronel F. de Paula Cidade . Edição brasileira, inserida na colecção Biblioteca Histórica brasileira,

Carl Seidler foi um militar alemão que lutou pelo Brasil na Guerra da Cisplatina. Nas suas andanças esteve em Passo do Rosário, Pelotas, Rio Grande, Porto Alegre, Viamão, Triunfo, Cachoeira do Sul, Piratini, Jaguarão, Torres, Laguna, Florianópolis e Rio de Janeiro, deixando importantes impressões sobre a paisagem física, humana e social daquele período.

Na badana:

"... Tendo vivido dez anos entre nós, como oficial mercenário do exército imperial, Carlo Seidler, pôde observar de perto e com vagar, certos aspectos da nossa vida social e política. Escrito entre os anos de 1833 e 1834, Dez Anos no Brasil encerra em suas páginas pitorescos e movimentados aspectos de nossa vida civil e militar de há um século atrás. Obra de um observador de condições modestas, que escreve o que sente e o que sentem os que o cercam, que diz exactaemnte o que anda na boca do povo, embora por esse modo muitas vezes se afaste da verdade ou deturpe acontecimentos, Dez Anos do Brasil constitui sem duvida alguma, documento útil e digno da atenção de todos quantos desejem ter um panorama dos usos e costumes do Brasil nos seus primeiros anos como Nação independente ...".

Preço:40,00€

Referência:14685
Autor:SOUTO, A. Meyrelles
Título:FEITIÇO ALÉM-MAR. (História e Observação)
Descrição:

Parceria A.M.Pereira, Lisboa, 1970. In-8º de 298-(2) págs. Brochado. Ilustrado em separado sobre papel couché. Vinco ligeiro no canto inferior direito da capa anterior. Exemplar muito limpo, não obstante o carimbo de "oferta editorial" no ante-rosto.

Observações:

Este livro encerra belíssimas páginas descritivas dos lugares por onde o autor andou em viagem. "... Em África, o Homem - ao contrário daquilo que parceria norm e de esperar - não se sente amedrontado e envilecido pela Natureza: tem o sentimento de que a dominará, será ele o vencedor nessa lut com a imensidade sertaneja ou florestal. É talvez esse pensamento aquilo que orienta o europeu: sentir-se dominador, com o seu espírito aventureiro e audacioso; ter a impressão - a segurança mesmo, dentro de si de que no duelo com o ambiente, será sempre este o dominado e vencido. (...) Porque a África, ainda hoje, não é apenas cidades. Ia mesmo a dizer: quase não é cidades, com o conforto moderno, os jardins apetecíveis, as casas elegantes, as avenidas bem traçadas, as árvores simetricamente dispostas a debruar os passeios, floridas e umbrosas. Não! Não é! O mato predomina - e muitíssimo - com as dificuldades, mistérios, riscos e receios, perigos e surpresas, feras, ciladas, obstáculos e pitoresco. Por isso, quem nunca se aventurou para além do ambiente citadino - não conhece, nem avalia, nem sabe apreciar o encanto, o "feiitiço" africano E ele existe, o maroto! E ele prende, ele enlaça, e ele seduz... Como o senti, como o vi, como o conheci, vai ficar nestas páginas."

Do índice:
São Tomé; Cabinda; No Reino do Congo; Luanda e arrabaldes; Sob a égide de S. Filipe; o Deserto de Moçamedes; Subúrbios laurentinos; Feras vivas e empalhadas; Lugares de glória; O Hospital de sangue do Chibuto; Praias Moçambicanas; Na Zambézia; Vistas dos Ar; Terras de Chá; Nas margens do Niassa; Ilha de Moçambique; Moçambique; Arte e Folclore; Riquezas visíveis e encobertas; Dois tratados.
 

 

Preço:17,00€

Referência:12579
Autor:VARTHEMA, Ludovico de
Título:ITINERÁRIO (Primeira tradução portuguesa)
Descrição:

Instituto para a Alta Cultura, Lisboa, 1949. In-8º de 242-(1) págs. Br. Cadernos por abrir. Capas de brochura ligeiramente empoeiradas. Ilustrado com 3 mapas desdobráveis.

INVULGAR.

Observações:

Obra com a transcrição do roteiro quinhentista das viagens no Extremo Oriente de Ludovico di Varthema, que em 1510 publicou em Romae que o haviam conduzido precisamente até à ilha samatrense e ao reino siamês. A obra
conheceu larga circulação, sendo inclusive mencionada por outros escritores portugueses quinhentistas com experiência ultramarina, como Garcia de Orta e Diogo do Couto.

Preço:35,00€

Referência:15065
Autor:VASCONCELOS, Padre Simão
Título:CHRONICA DA COMPANHIA DE JESU DO ESTADO DO BRASIL e do qve obrarão sevs filhos nesta parte do novo mundo.
Descrição:

 

 (da continuação do título): Em que se trata da entrada da Companhia de Jesv nas partes do Brasil e dos fundamentos qve n’ellas lançaram e continuarão seus Religiosos e algumas noticias antecedentes, curiosas e necessarias das cousas d’aquelle estado.

A.J. Fernandes Lopes, Lisboa. 1865. In 8° gr. de 2 vols. com CLVI-200 e 339-(4) págs. respectivamente encadernados em um tomo. Encadernação coeva, meia inglesa em pele preta com ferros romanticos dourados gravados na lombada. Ocasionais sinais de manuseamento ligeiro e insignificantes vincos nas coifas e junto à charneira. BONITO EXEMPLAR mantendo a sonoridade original do papel, não obstante a ligeira acidez provocado pela tinta na mancha tipográfica, sem prejuizo algum da rigidez e estrutura interna do papel.

Observações:

Segunda edição corrigida e aumentada da que é considerada por muitos bibliógrafos, entre eles o Conde de Samodães, como uma das mais belas produções dos prelos portugueses do século XVII e de uma “... fonte perene de notícias e subsídios para a História do Brasil e das Missões Religiosas que, durante os anos 1549 a 1570, pregaram e difundiram a fé cristã entre os indígenas dessa vastíssima região americana ...”.

Escrita em duas partes: 1) a primeira relata o descobrimento do Brasil, a descrição geográfica das suas terras, costas, rios,  portos, cabos, enseadas e serranias fronteiras ao mar, responde às perguntas “Quem foram os primeiros progenitores dos Índios, em que tempo entraram no Brasil, de que parte vieram, por onde e de que maneira entraram e como não conservaram as suas cores, línguas e costumes”; 2) a segunda parte trata exclusivamente da Companhia de Jesus no Brasil desde 1549. Edição valorizada em relação à primeira, por ainda apresentar a primeira impressão do poema de José de Anchieta sobre a Virgem Maria.

O Padre Simão de Vasconcelos teve algumas dificuldades em conseguir publicar esta sua obra. Essa dificuldade resulta do facto do Pe. Jacinto de Magistris, Visitador do Brasil, não se relacionar muito bem com o autor da obra, seu concorrente quando da nomeação para Visitador. Apesar de ter as aprovações canónicas de três revisores e do Padre Geral, o Visitador tentou impedir a impressão, fundado nas opiniões dos Padres António Vieira, Baltazar Teles e Manuel Luís que atestavam na falta de estilo do Pe. Simão de Vasconcelos. Mas a aprovação de Francisco Brandão, cronista-mor do Reino fez terminar a questão. Não satisfeito, o Pe. Jacinto de Magistris informou desfavoravelemente o Padre Geral sobre os últimos sete capítulos da primeira parte da Crónica que respondia com a explanação se o paraíso não seria na América portuguesa. Apesar de já ter dado aprovação, o Padre Geral mandou riscar essa parte. Quando a ordem chegou a Lisboa, já Henrique Valente de Oliveira tinha impresso dez exemplares que o Pe. Simão de Vasconcelos distribuiu pelos amigos. Por ser a conclusão das Notícias Antecedentes, o Pe. Jacinto de Magistris não via dificuldade em se suprimirem os sete capítulos, substituindo-os por uma página final.

Biblografia:

Brunet, t.II, p. 846
Palha, 2517
Pinto Matos, p. 554
Samodães, 3443
Inocêncio, t. VII, p. 286

 

Preço:195,00€